Alopecia frontal fibrosante, você sabe o que é?
É um tipo de alopecia caracterizada por perda de cabelo devido a um processo inflamatório dos fios. Foi descrita pela primeira vez em 1994 e caracteriza-se por uma retração da linha de implantação frontal do couro cabeludo e pode se estender até as regiões pré-auriculares e retro-auriculares do couro cabeludo. Na grande maioria das vezes está associada também a perda das sobrancelhas e ao aumento da pigmentação da pele e formação de pequenos carocinhos na região da fronte.
Por ter característica inflamatória causando cicatriz, é fundamental fazer o diagnóstico precoce da doença para evitar sua progressão. O mecanismo da doença ainda não está claro. Casos familiares são cada vez mais relatados, o que sugere um fator genético. Fatores ambientais, substâncias semelhantes à dioxina nos alimentos de origem animal, remédios, exposição solar, protetores solares e infecções virais, podem desempenhar o papel do gatilho em pacientes geneticamente predispostos.
A incidência da alopecia frontal fibrosante está aumentando na Europa, Estados Unidos e Japão, afetando principalmente as mulheres após a menopausa (mulheres em torno de 60 anos).
A característica clinica é a perda progressiva dos cabelos na região frontal, causando um avanço da testa, além da perda das sobrancelhas. O diagnóstico deve ser realizado por um médico dermatologista que fará um exame de biopsia para confirmação.
Nenhum tratamento mostrou-se completamente eficaz, porém o uso da associação de inibidores de 5-alfa-reductase como a finasterida e a dutasterida associados ao mioxidil pode colaborar na estabilização da doença. Muitas vezes encontramos presente também a alopecia androgenética associada ao quadro de frontal fibrosante.
A progressão da doença é variável entre os pacientes: de 0,2 a 2 cm por ano sem tratamento, ou, em média, 0,9 mm por mês. O grau final de alopecia antes da estabilização é difícil de prever.
Por se tratar de uma patologia de descrição relativamente recente cuja causa ainda é desconhecida, o diagnóstico deve ser suspeitado o mais breve possível, para dessa forma, conseguirmos estabilizar a sua progressão, já que, ainda não existe cura completa para a doença.