Você sabia que há mais de um tipo de queda de cabelo?
No artigo anterior, falamos sobre a alopécia androgenética, ou calvície, que é a queda de cabelos determinada geneticamente, e sobre as novidades no tratamento. Mas existem outros tipos de queda de cabelo. E para identificar o tratamento correto para cada uma, precisamos conhecer todas as causas para a queda de cabelo. Vamos lá?

Alopecia androgenética
É uma doença genética, mas alguns fatores podem piorar o problema, como a menopausa e o uso de suplementação de hormônios masculinos. Exames genéticos podem identificar os pacientes com maior risco de desenvolver a doença. Entretanto, não há como evitar totalmente o desenvolvimento da alopecia sem o tratamento adequado.
Tratamento
Baseia-se em estimulantes do crescimento dos fios e em bloqueadores hormonais, que são medicamentos via oral. Nos casos mais extensos, um transplante capilar pode melhorar o aspecto estético. Atualmente técnicas com M.M.P., ou microinfusao de medicamentos na pelepermitem colocar a medicação diretamente no couro cabeludo sem ter os eventos adversos do tratamento via oral.
Eflúvio Telógeno
Caracteriza-se pelo aumento da queda diária de fios de cabelo, visto principalmente naquele bolo que cai no chuveiro ou fica na escova quando penteamos. O eflúvio se divide em dois tipos: agudo e crônico. Sua causa está associada a algum evento que tenha acontecido três meses antes do início da queda. Isso porque o período de preparo para a queda dura de dois a três meses e os fios se desprendem ao final desse ciclo. Sendo assim, em vez de termos 100-120 fios caindo diariamente, temos 200-300 fios, dependendo do paciente e da causa do eflúvio.
Os eventos mais associados à queda de cabelo por eflúvio telógeno são: pós-parto, febre, infecção aguda, sinusite, pneumonia, gripe, dietas muito restritivas, doenças metabólicas ou infecciosas, cirurgias, especialmente a bariátrica, por conta da perda de sangue e do estresse metabólico, além do estresse. Algumas medicações também podem desencadear o problema.
O principal sintoma é a queda aguda do cabelo. Coceira no couro cabeludo, principalmente na região posterior, pode estar presente em alguns casos.
Tratamento
O eflúvio tem uma duração predeterminada de dois a quatro meses, caso não haja outra doença associada. E, de um dia para o outro, há uma aparente melhora. Porém, se o paciente tem alguma condição associada, como alopecia androgenética (calvície) ou a alopecia senil (rarefação que surge após os 60 anos), em geral, costuma-se tratá-lo para que possa ter plena capacidade de recuperar o volume e o comprimento dos fios. O prognóstico em geral é bom, mas é sempre indicado que a pessoa procure um dermatologista para conhecer melhor seu caso, e se há a necessidade de tratar alguma possível doença de base associada.
Nesse caso, há também o tratamento com laser de baixa frequência ou LED, que faz uma bioestimulaçao e melhora o aporte de nutrientes para o couro cabeludo.
Alopécia Areata
É uma doença inflamatória que provoca a queda de cabelo. Diversos fatores estão envolvidos no seu desenvolvimento, como a genética e a participação autoimune. Os fios começam a cair resultando em falhas circulares. A extensão dessa perda varia, sendo que, em alguns casos, poucas regiões são afetadas. Há casos raros de alopecia areata total, nos quais o paciente perde todo o cabelo da cabeça; ou alopecia areata universal, na qual caem os pelos de todo o corpo. Fatores emocionais, traumas físicos e quadros infecciosos podem desencadear ou agravar o quadro.
A evolução da alopecia areata não é previsível. O cabelo sempre pode crescer novamente, mesmo que haja perda total. Isto porque a doença não destrói os folículos pilosos, apenas os mantêm inativos pela inflamação. A alopecia areata não possui nenhum outro sintoma além da perda brusca de cabelos. A pele é lisa e brilhante e os pelos ao redor da placa saem facilmente se forem puxados. Os cabelos, quando renascem, podem ser brancos, adquirindo posteriormente sua coloração normal. A forma mais comum é uma placa única, arredondada, que ocorre geralmente no couro cabeludo e barba, conhecida popularmente como pelada.
Outras doenças autoimunes podem acontecer em alguns pacientes, como vitiligo, problemas da tireoide e lúpus eritematoso, por exemplo. Portanto, muitas vezes se faz necessária a reavaliação de exames de sangue.
Tratamento
Diversos tratamentos estão disponíveis para a alopecia areata. Medicamentos tópicos podem ser associados a tratamentos mais agressivos como sensibilizantes. Corticoides injetáveis podem ser usados em áreas bem delimitadas do couro cabeludo ou do corpo. A opção deve ser realizada pelo dermatologista em conjunto com o paciente. Os tratamentos visam a controlar a doença, reduzir as falhas e evitar que novas surjam.
Você sofre com queda de cabelo e não sabe o motivo? Então, que tal conversar com o seu dermatologista? Lembre-se: evite a automedicação. Somente um médico dermatologista pode diagnosticar a causa correta da sua queda de cabelos e prescrever o tratamento mais adequado.
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