Cuidado para não cair em armadilhas ao mudar a estrutura capilar

Quando bater aquela vontade de mudar, o melhor é ter cautela, pesquisar e conhecer sobre o procedimento estético a que pretende se submeter. Os cabelos expressam sentimentos e sinalizam a forma como uma pessoa encara a vida. E ao fazer mudanças no visual é preciso ter cuidado para não cair em armadilhas que danifiquem os cabelos e causem arrependimentos. No Blog Skin News de hoje, a Dra. Simone Neri, dermatologista e tricologista, fala sobre os cuidados que devemos tomar ao fazer uso de químicas nos cabelos, além de dar dicas para deixar as suas madeixas ainda mais deslumbrantes.

Os cabelos são a moldura do rosto e quando apresentam algum problema bate um desespero que compromete a autoestima de homens e mulheres. Muitas vezes, os cabelos expressam sentimentos e sinalizam a forma como uma pessoa está encarando o momento em que está vivendo. E são nestas fases ou pelo desejo de mudança imediata, que as pessoas procuram por alterações capilares como, por exemplo, pintar, alisar e enrolar.

Quem nunca deu aquela radicalizada na cabeleira para mudar o visual, não é mesmo? Mas até mesmo para radicalizar é preciso ter cautela para não cair em armadilhas ou tomar atitudes que podem danificar os cabelos.

Sabemos que o fio de cabelo, também chamado de haste capilar, está dividido em três camadas: cutícula, córtex e medula. Essas hastes são constituídas por cerca de 65 a 95% de proteínas, sendo a queratina aquela presente em maior quantidade. Quando alteramos essa haste com a aplicação de produtos químicos, ela pode sofrer alguns danos naturalmente.

Para que não haja erros e arrependimentos, o melhor é ter cuidado, pesquisar sobre o procedimento estético a que pretende se submeter e conhecer o profissional que irá aplicar a química. Separamos algumas informações e dicas para você.  Vamos lá?

Tinturas

É muito comum pintar o cabelo em todas as idades, etnias e classes sociais. Mas para pintar e manter a saúde dos fios, é bom conhecer todos os processos. As tinturas podem ser divididas entre permanentes, semipermanentes e temporárias:

Tinturas permanentes: são soluções à base de amônia e água oxigenada que dependem de uma reação de oxidação para chegar ao resultado final desejado. Esse tipo de produto penetra no fio do cabelo e acaba mudando a cor de maneira permanente. É o tipo de tintura mais indicado aos cabelos brancos e grisalhos, pois o pigmento é permanente e não sai com as lavagens. A desvantagem do produto é deixar os fios mais ásperos e secos.

Tinturas semipermanentes: também chamadas de tonalizantes, são pigmentos que tingem os fios por até doze lavagens. Usa-se apenas para escurecer os fios, nunca clarear. Aplicadas nos fios úmidos, penetram apenas na camada externa dos fios. Não possuem amônia.

Tinturas temporárias: não penetram em nenhuma camada do fio e geralmente duram apenas uma lavagem. Normalmente são utilizadas por adolescentes e jovens, que aplicam cores extravagantes nos fios, sem o intuito de modificar o tom natural dos fios. A tinta temporária mais conhecida é a hena, um corante alaranjado, aplicado sob a forma de emplastro de pó e água quente. As tinturas temporárias, em geral, causam menos reações alérgicas ou dermatites de contato. São de fácil aplicação e não agridem o cabelo.

Descolorantes: a função desses produtos é retirar a melanina do fio, parcial ou integralmente. É o que ocorre em procedimentos como luzes, reflexos ou mechas. O produto dissolve a melanina do fio e clareia o pelo, de acordo com o tempo de aplicação.

Importante: em todos os casos, é preciso conhecer os componentes do produto e fazer alguns testes aplicando uma pequena quantidade sobre a pele, de forma a evitar reações alérgicas. Em caso de alergia, suspenda o uso imediatamente.

Escova Progressiva

Há mais de dez anos, a escova progressiva – técnica de alisamento e redução do volume dos cabelos – conquistou as brasileiras que preferem manter seus cabelos lisos. Porém, para quem está pensando em optar pelo procedimento, é preciso tomar alguns cuidados. Produtos para alisamento registrados e autorizados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) não trazem perigo à saúde. No entanto, é indicado obter mais informações sobre os componentes do produto, de forma a evitar alergias e outras reações que podem variar de pessoa para pessoa. Na dúvida, converse com um dermatologista.

Cuidado com o formol – No Brasil, muitos salões de beleza ainda insistem em usar o formol em suas fórmulas de alisamento. O uso de formol como alisante de cabelos está proibido pela ANVISA desde 2009. A agência não registra produtos que contenham formol em suas formulações, pois este componente pode causar diversos malefícios à saúde, como:

  • Irritação, coceira, queimadura, inchaço, descamação e vermelhidão do couro cabeludo;
  • Queda de cabelo;
  • Ardência e lacrimejamento dos olhos;
  • Alergias;
  • Câncer nas vias aéreas superiores (nariz, faringe, laringe, traqueia e brônquios);
  • Dores de barriga, enjoos etc.;
  • Em casos mais graves, o formol pode provocar até a morte.

Por isso, se você quer alisar os cabelos deve optar somente por procedimentos seguros, que usem produtos registrados na ANVISA.  Pergunte ao profissional que for aplicar, pesquise, informe-se. Lembre-se que é a sua saúde que está em jogo. Fórmulas mágicas não existem! As pessoas não devem colocar a saúde em risco em nome de fios mais lisos. Cabelo bonito é cabelo saudável!

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